Saneamento básico é um problema histórico e persistente no Brasil. A água tratada, por exemplo, ainda não é acessível a 35 milhões de pessoas no país, o equivalente às populações do Paraguai, Bolívia e Chile somadas. Dessa população, dois terços vivem na zona rural e um terço em centros urbanos.
O país também não oferece tratamento de esgoto para mais de cem milhões de pessoas, um pouco menos da metade da população. Especialistas estimam que se começássemos a investir fortemente em saneamento hoje, seria necessário pelo menos 20 anos para que o tratamento de água e esgoto estivesse disponível para todos.
Quem são os mais afetados pela falta de saneamento?
A população mais afastada de grandes centros urbanos, como populações residentes em zonas rurais e comunidades indígenas, é a mais afetada pela falta de infraestrutura de saneamento básico.
A falta de saneamento pode causar diversos problemas de saúde, como desidratação, diarréias e outras enfermidades que podem inclusive ser fatais. Em períodos de seca, a água disponível para essas comunidades pode ser de pior qualidade, lameada e contaminada com grande quantidade de microorganismos nocivos à saúde.
Como a energia solar pode melhorar o acesso à água potável?
Um exemplo de sucesso foi o implementado pela ONG Saúde e Alegria que, em parceria com a Fundação Avina, disponibilizou água para os índios cumaruara na aldeia Solimões através de um poço artesiano de 65 metros. A bomba d’água é eletrificada por energia solar. Através de um encanamento por gravidade, a água chega aos 248 moradores. O acesso a essa água permite beber, cozinhar, tomar banho, lavar roupa, escovar os dentes e muito mais.
O ProsaiMaués realizou a construção de 13 poços com sistema movido a energia solar para comunidades rurais e indígenas da região do Amazonas. Como em outras comunidades, o objetivo foi solucionar problemas de abastecimento de água potável no período de seca, quando o nível da água dos rios está baixo e a distância e a qualidade da água acabam dificultando o abastecimento.
Como a energia solar pode ajudar o tratamento de esgoto?
A SESAMM (Serviço de Saneamento de Mogi Mirim) pode dar uma pista sobre como a energia solar pode impactar o tratamento de esgoto. O recente parque fotovoltaico criado no terreno da empresa irá gerar 606 megawatts, o suficiente para cobrir mais de 1/3 da eletricidade consumida pela empresa. Ou seja, empresas de tratamento de esgoto demandam muita eletricidade para operar.
Eletrificar empresas de tratamento de esgoto (ETEs) com sistemas de energia solar fotovoltaica possibilita a instalação em lugares mais afastados, sem distribuição de energia elétrica convencional ou sem sobrecarregar sistemas existentes.
Conheça também os trabalhos de responsabilidade social nos quais a Solar Brasil participa como parceira. A Missão Salesiana do Mato Grosso, por exemplo, tem como objetivo melhorar as condições de saúde e a qualidade de vida das 140 aldeias atendidas. O projeto possibilita que uma média de dez novos poços sejam perfurados anualmente. Graças ao acesso à água potável, o índice de mortalidade infantil na região já foi reduzido em 80%.