No primeiro semestre de 2019 as instalações de sistemas fotovoltaicos no Brasil atingiram 90,77% do total instalado em 2018, de acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Até o final de junho deste ano foram feitas 31.896 novas conexões de micro e minigeradores solares à rede de distribuição, quase o total de instalações realizadas no ano passado, que foi de 35.139 sistemas. Em termos de investimentos, o volume já se aproxima dos R$ 4 bilhões, mesma quantidade movimentada pelo mercado de energia solar distribuída em 2018.
Segundo as projeções da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o mercado de energia solar fotovoltaica deve atingir R$ 5,2 bilhões em investimentos até o final deste ano.
Um dos fatores que contribuíram para o aumento significativo no número de instalações foi a abertura de mais linhas de financiamentos em energia solar por bancos públicos e privados. Além disso, especialistas acreditam que a queda em 12% nos custos dos kits de energia solar , além o alto preço da energia no Brasil, tenham pesado na decisão dos consumidores domésticos e empresariais de aderir à microgeração de energia fotovoltaica.
Capacidade de produção de energia solar no Brasil
Em 2017 o Brasil ingressou pela primeira vez o ranking dos 10 países do mundo geradores de mais de 1 GW, ocupando a 10ª posição, tornando-se, assim, uma nova potência solar fotovoltaica.
No entanto, apesar do crescimento contínuo, a geração de energia solar no Brasil ainda está muito aquém do seu potencial. Atualmente essa tecnologia é responsável por menos de 1% da geração nacional de energia elétrica – que utiliza fontes hidráulica (73%), térmica (14,6%), eólica (8,2%), nuclear (3,6%), solar (0,4%) e importação (0,2%) (Dados: Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS – 2018).
De acordo com Rodrigo Sauaia, presidente da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o Brasil tem “um potencial para atender a demanda de energia elétrica de 170 Brasis”.
Rodrigo explica que somente com o uso dos os telhados das casas brasileiras para instalação de painéis solares, sem necessidade de utilizar nenhuma área adicional, seria possível gerar cerca de 164 GW, mais do que a matriz elétrica atual instalada no país (160 GW).
De acordo com Rodrigo, é fundamental que o país avance no processo de diversificação de suas matrizes energética, para que possamos reduzir a nossa dependência da água como geradora de energia. “A água é um recurso fundamental não só para gerar energia elétrica. Ela está cada vez mais escassa e estratégica. Para que isto não gere maior pressão sobre a matriz brasileira, é importantíssimo que o país diversifique as fontes renováveis, que não precisem de água para gerar energia elétrica, como é o caso da tecnologia solar fotovoltaica”, comentou.