Tinta aplicada ao vidro que capta energia solar vai revestir a fachada de novo prédio que será inaugurado em 2017 na cidade de São Paulo.
No início de 2017, um novo prédio de uma grande empresa de softwares de gerenciamento para empresas, em São Paulo, vai parecer mais um prédio normal envidraçado da cidade.
Mas a construção trará, camuflada na fachada, uma nova tecnologia desenvolvida no país. Aproximadamente 2 mil metros quadrados do vidro que reveste o edifício serão “pintados” com uma espécie de tinta chamada OPV (organic photovoltaic). Ela converte a luz do sol em energia elétrica. A carga gerada será suficiente para manter ligados pelo menos 2,5 mil computadores.
O material foi produzido pela Sunew, uma startup de Belo Horizonte (MG), que começou a funcionar em novembro. A nova sede desta grande empresa, sexta maior desenvolvedora de sistemas de gestão do mundo, será a primeira aplicação comercial do produto no país. Em breve, ele deverá ser usado em tetos de veículos e outras superfícies.
Os novos vidros custaram 40% a mais do que os tradicionais, despesa que deve ser compensada em sete anos pela economia de energia. “Nosso plano é usar o OPV em outros empreendimentos”, diz Rafael Cosentino, CEO da Inovalli, a construtora que toca a obra.
As pesquisas de tecnologia do OPV no Brasil, custará R$ 100 milhões . “Agora, o processo de produção é simples e barato, por isso o produto é promissor”, diz Marcos Maciel, CEO da Sunew.
Além de fachadas de prédios, o OPV deverá ganhar novas aplicações no Brasil. “Um mercado importante será o das montadoras”, diz Marcos Maciel, CEO da Sunew. A Fiat é um exemplo. Ela firmou uma parceria com a startup mineira e tem feito testes para usar a tecnologia em modelos da marca. A tinta, que pode ser colocada no teto dos carros, reduziria em 3% o consumo de combustível, normalmente gasto para recarregar a bateria. O material também permitiria manter um exaustor funcionando, quando o veículo estiver estacionado ao sol. Isso evitaria a elevação da temperatura no interior do automóvel. “Outros prováveis usos serão o revestimento de pontos de ônibus e de armazéns”, diz Maciel.
Fonte: Época Negócios